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A Prefeitura da Estância Turística de Salto, por meio da Secretaria da Cultura, anunciou no sábado (23/11/2024), os vencedores do XXXII Prêmio Moutonnée de Poesia. A cerimônia foi realizada na Biblioteca Municipal. Conforme decisão do júri, o resultado foi:

 

Confira os ganhadores:

1° LUGAR – JUVENIL

Salto – SP

“Gaia” por : Isabelly Teodoro Moreira Da Silva;

 

 2° LUGAR – JUVENIL

Curitiba-PR

“Unindo Dores”: por Karen Souza;

 

3° LUGAR –  JUVENIL

Salto – SP

“A Natureza do Ser”por: Mariana Benvindo Candido;

 

4° LUGAR –  JUVENIL

Salto – SP

“A Destruição da Essência Natureza”  por: Lucas Piaia Guido;

 

5º LUGAR – JUVENIL

Coaraci – BA

“Cadáver Arenoso” por: Salete Magalhaes Alves;

 

1º LUGAR – ADULTO

Florianópolis-SC

“Elegia a Manoel de Barros” por: Felipe Pyhus Julius;

 

2º LUGAR – ADULTO

Campinas – SP

“Fruto” por: Nima Imaculada Spigolon;

 

3º LUGAR – ADULTO

Rio de Janeiro – RJ

“Floralis Generica” por: Gabriel Bustilho Lamas;

 

4º LUGAR – ADULTO

Curitiba – PR

“Concomitância” por: Walmir de Assunção Marques;

 

5º LUGAR – ADULTO

São Paulo – SP

“Coisa simples” por: Daniel Perroni Ratto de Morais da Costa.

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Neste ano, em sua 31ª edição, o prêmio de poesia mais tradicional do país traz o tema Cresço e poetizo, explorando as possibilidades da metapoesia.

Há um famoso trecho do escritor estadunidense William Faulkner (1897-1962) que compara a literatura ao ato de acender um palito de fósforo no meio da escuridão. O autor de “O Som e a Fúria” (1929) lembra que, com esse ato, consegue-se iluminar quase nada. Por outro lado, é possível ver quanta escuridão existe ao redor. Notar-se no meio da escuridão pode amedrontar, parecer que estamos sem saber para onde ir. Mas é também o lugar e o momento de se voltar a si mesmo, olhar para o seu interior.

A escuridão é uma oportunidade para o crescimento como sujeito e como poeta. É nela ou a partir dela que surgiram alguns dos mais belos exemplares da literatura mundial. A palavra, assim, torna-se a materialização da parte que é possível exprimir. É, da mesma forma que a iluminação proporcionada pelo fósforo, uma parte muito pequena do que sentimos, do que somos, mas é disso que (sobre)vive a poesia. E é a partir dessa dinâmica que também (sobre)vive o poeta: do crescer proporcionado pelo “poetizar-se”.

O poeta é um ser cujo ciclo de vida não se resume a nascer, crescer, reproduzir e morrer. Sua passagem pelo mundo exige o poetizar ou poetizar-se. E isso o alimenta, nutre, faz crescer e se manter vivo, ainda que, ao seu redor, só pareça existir escuridão. “Faz escuro, mas eu canto”, diria o brasileiro Thiago de Mello (1926-2022). Eu canto porque espero pela manhã? Ou porque é o que me resta? Eu canto porque é o que sei fazer ou porque é isso me faz crescer nas (in)compreensões cotidianas?

Cresce-se quando as palavras passam a ser por nós no mundo, quando elas tomam o lugar de parte de nossas angústias, quando elas nos acalentam. E ainda, quando tudo tiver passado, são elas que restarão a dizer quem fomos neste mundo.

 

O XXXI Prêmio Moutonnée de Poesia, realizado por meio da Secretaria da Cultura e em parceria com a Academia Saltense de Letras (ASLe), teve 2.432 trabalhos inscritos, sendo 1.296 poemas validados conforme o regulamento. Além de todos os Estados do país, poetas de sete países estrangeiros participam do Prêmio: Portugal com 21 poetas, Moçambique (5), Itália (2), além de Alemanha, Argentina, Canadá e Espanha.

Os vencedores serão conhecidos na Cerimônia de Premiação ocorrerá na noite de 25 de novembro, na Biblioteca Municipal de Salto.