DESDE 1990
Neste ano, em sua 32ª edição, o prêmio de poesia mais tradicional do país traz o tema Natureza, qual é a tua?, explorando a ideia da natureza como essência, origem e fim. Mas, diante de tantas, imediatas e céleres transformações, o que resta de nossa essência? O que muda e o que se mantém? Como garantir que o natural esteja em nós, se o outro nos parece tão desnaturalizado? Que natureza queremos que seja a nossa? Com que cores queremos mimetizar nossas dores diante do mundo? Com que forças queremos agir para garantir nossa natureza?
História – Criado em 1990 pelo jornalista Oséas Singh Jr., então Diretor da Cultura do município de Salto – SP, o prêmio nasceu celebrando o tombamento do Parque da Rocha Moutonnée pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo.
Na primeira Antologia Poética dos trabalhos classificados, publicada em 1991, o Prêmio apresentou seu DNA longevo: “A beleza do contato leitor-poesia clama, com urgência, pelos incentivos culturais. O universo interpretado poeticamente tem sua melhor descrição: a da sensibilidade e da intuição. A poesia ajuda o homem a viver melhor o exercício dos sentidos, por isso desejamos e apoiamos sempre mais o aparecimento e o desenvolvimento desses artistas”.
No prefácio, da mesma antologia, há uma citação do filme Sociedade dos Poetas Mortos, em que o professor diz a seus alunos: Não se lê poesias por serem bonitinhas… Mas sim porque somos membros da raça humana. E raça humana está imbuída de paixão. Medicina, Direito, Administração, Engenharia… são ocupações nobres, necessárias à vida. Mas poesia, beleza, romance, amor… isso é o que nos mantém vivos!
É possível dizer que, tanto a poesia como o pensamento tocam tudo, nada lhes escapam. Inclusive o próprio nada, pois o nada enquanto lugar da angústia é realidade possibilitadora do homem criar. Do nada o homem cria.
Parceria –No ano de 2021, em sua 29ª edição, o Prêmio firmou fecunda parceria com a ASLe (Associação Saltense de Letras). Compromisso sedimentado pela Lei 3.860, de 16 de junho de 2021. O objetivo é que este patrimônio artístico tenha mais autonomia, que tenha resistência às lacunas causadas por políticas culturais escusas. A parceria selada entre a Secretaria da Cultura e a ASLe (Academia Saltense de Letras), tornando esta a guardiã artística do Prêmio, foi, sem dúvida, uma extraordinária contribuição, tendo em vista o elevado nível do evento. De fato, foram mais de 1.000 trabalhos inscritos, com participação, além de todo o Brasil, de mais outros sete países: Angola, Moçambique, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Portugal e Austrália, reafirmando o estímulo à diversidade, por parte do Prêmio.